Dianópolis é uma das mais antigas cidades do Tocantins e berço histórico e cultural do Estado, o início de sua história data aproximadamente de 1750. Nessa época já existiam rústicas habitações de lavradores, pecuaristas e mineradores que viviam do que a terra, o gado, o ouro e a caça lhes davam. Homens anônimos que partindo do Nordeste e do Oeste, ganharam o vale do São Francisco subiram a Serra Geral e penetraram no Tocantins. Do Sul também chegaram aventureiros em busca de minerais e de índios, ganharam o Vale do São Francisco através de Minas Gerais e penetraram no território da capitania. Ainda uma corrente menor, partindo do sul da Capitania, atravessou o Vale do Paranã e chegou ao território do atual município de Dianópolis. Finalmente, das Capitanias do Grão Pará e do Maranhão também chegaram à região alguns migrantes.
Nessa época existiam grandes aldeias de índios, dentre elas destacavam-se as tribos dos Gueguês, Assus, Acroás, Xacribás e Xerentes. Esta última era a maior e mais belicosa. Eram temidos e por onde passavam deixava um rastro de sangue, dor e terror.
Foi animado pelo sentimento de medo e ódio, que o povo solicitou proteção do governador Dom Marcos de Noronha Conde dos Arcos da então Capitania de Goiás. Atendido ao pedido, eis que certo dia chega no interior do sertão uma comitiva constituída de padres, jesuítas e homens experientes e instruídos, com o objetivo de catequizarem os nativos. Assim são fundados alguns aldeamentos, entre eles o Formiga e Missões. Nesses aldeamentos eram colocados os selvagens, capturados a força e conduzidos ao interior do aldeamento para serem devidamente educados e evangelizados.
Em 1751 foi edificado um aldeamento, nas proximidades do Ribeirão Formigas, com o nome de São Francisco Xavier do Duro, mais conhecido como Missões ou Missão, onde foram aldeados 600 índios da tribo Xacriabás. Em 1755 foram aldeados 250 índios da tribo Acroás. Esses aldeamentos foram feitos utilizando a força pelo coronel pernambucano Venceslau Gomes da Silva, a pacificação dos índios e a administração dos aldeamentos contaram com os jesuítas Bento Soares, Jose Batista e José Vieira, estes últimos vindos da Bahia, por solicitação do governador da capitania de Goiás Dom Marcos de Noronha.
Conforme a versão popular, as índias Tapuia (designação para qualquer indígena da região) em suas andanças pelos arredores, encontraram pedras amarelas que foram levadas aos Jesuítas. Estes constataram que tais pedras eram pepitas de ouro. Em decorrência desse fato, os índios ficaram responsáveis pela extração aurífera, tornando-se o local conhecido como As Minas das Tapuia, daí derivando os nomes Doiro, Douro e Duro.
Segundo o historiador Palacin, os índios mantiveram conflitos permanentes com as frentes mineradoras da região de Natividade, Arraias, Conceição e Cavalcante, os quais foram combatidos pelo Cel. Wenceslau Gomes da Silva cumprindo determinações do Governador Geral da Capitânia D. Marcos de Noronha em apoio aos jesuítas Bento Soares e José Matos.
Os episódios que marcaram a história da Vila do Duro foram protagonizados por índios que reagiam às imposições dos colonizadores. Ocorreram também disputas políticas entre os habitantes locais e os invasores.
No entanto, com a constante chegada de homens civilizados nas cercanias do aldeamento de Missões, os Xacriabás não gostaram dessas penetrações, fugindo grande parte deles com a promessa de voltar para levar a imagem do santo São José, localizada na capela de Missões. Isso porque durante o período em que estavam aldeados, afeiçoaram-se de tal forma com a imagem do santo que agora julgavam lhe pertencer. Mas a tal promessa acabou não se cumprindo.
A Mina dos Xacriabas continuava em pleno apogeu. Entretanto, assim como o povoado de Missões começava a receber imigrantes, também, nos arredores da Mina das Tapuias, surgiam forasteiros e aventureiros que começaram a edificar as primeiras habitações rústicas, dando, assim, origem ao aldeamento São José do Ouro. Um deles foi o João Nepomuceno de Sousa, mineiro de Paracatu, que conseguiu comprar a mina e trouxe consigo dois sócios Manuel Nunes Viana e Cândido Lino de Sousa os quais exploram a mina por muitos anos. Contudo tiveram que abandonar a Mina das Tapuias, visto a grande quantidade de água que minava das paredes úmidas das galerias. Galerias estas abertas ao nível de 20 metros de profundidade, tornando assim, inviável o prosseguimento da exploração.
Porém, o movimento que mais abalou o Duro foi o confronto que resultou em luta sangrenta, tendo por um lado membros da família Wolney e, por outro, representantes do governo do Estado. Este episódio se estendeu de 1918 a 1923, tendo como momento mais grave o dia 16 de janeiro de 1919, data da chacina dos nove membros da família Wolney que se encontravam presos ao tronco.
O pretexto para o desencadeamento desta luta foi o Inventario de Vicente Belém, homem de poucos recursos que foi assassinado por inimigos políticos do cel. Abílio Wolney, sendo este o ultimo líder político da época, que terminou com o massacre do tronco, onde mais tarde foi erguida uma capela no tumulo dos 9 mortos.
A Lei Provincial nº 03, de 14/10/1854, criou o Distrito de São Jose do Duro sob a jurisdição de Conceição do Norte. A Lei Provincial nº 723 de 26 de agosto de 1884, elevou o Distrito de São José do Duro a categoria de vila, com o mesmo nome. A vila passou a categoria de cidade através do Decreto-Lei nº 311 de 02/03/1938. Por meio do Decreto-Lei Estadual nº 557, de 09/06/1938 e Decreto-Lei Estadual nº 808, de 30/09/1938, recebeu o nome de Dianópolis.
Em 1911, como Distrito na divisão administrativa figuram: São José do Duro, Missões, São Miguel, Almas e Matões, enquanto que nas apurações do Censo de 1920 o município estava dividido em dois distritos: São José do Duro e Rio da Conceição. De acordo com a divisão administrativa de 1933 e as territoriais de 1936 e 1937 o município estava dividido em três distritos: São José do Duro, Matão e Missões.
Pelo Decreto nº 311, de 02 de março de 1988 e Decreto-Lei nº 557, de 09/06/1938 e Decreto-Lei nº 808, de 30/09/1938, a vila foi elevada a categoria de cidade e o município recebeu o nome de Dianópolis, adotado a partir de 1939, em homenagem as Custodianas do lugar: Custodiana Leal Rodrigues, Custodiana Nepomuceno Wolney Araújo, Custodiana Wolney Póvoa e Custodiana Costa Aires, todas conhecidas como Dianas.
João Nepomuceno de Sousa não foi o fundador da cidade e sim o primeiro intendente do município, depois de ter sido subdelegado, quando São José do Duro era Distrito do município de Conceição do Norte. Depois dele, que faleceu em 28 de agosto de 1891, o intendente foi Felisbino Alves Ribeiro de Sousa, substituído mais tarde pelo Coronel Joaquim Ayres Cavalcante Wolney. Sem rigor de cronologia foram também intendentes Candido Nepomuceno de Sousa, neto de João Nepomuceno de Sousa e Joaquim Amaro de Sousa, que era o intendente municipal no tempo em que a política assassinou o Coronel Joaquim Ayres Cavalcante Wolney (23 de dezembro de 1918). O último intendente foi Pedro Rodrigues de Santana.
Com base nos relatos de Luís Palacin - Histórias de Goiás - a elevação da Vila à cidade, foi uma contribuição das características mudancistas e desenvolvimentistas do governo de Pedro Ludovico, na época, interventor de Goiás.
Embora a mineração tenha feito parte da vida econômica de São José do Duro, foram a agricultura de subsistência e a criação de gado que alimentaram precariamente a vila, ao longo de sua história. Dada sua proximidade com a Bahia, desde cedo começa algum intercâmbio com aquele Estado. Intercâmbio este que tornou-se mais efetivo a partir de 1890, com a abertura de uma estrada própria para carro de boi ligando o Duro a Barreiras (BA), obra do Cel. Joaquim Cavalcante Wolney.
Essas relações mantidas historicamente com a Bahia proporcionaram acentuada influência cultural. Ainda hoje, a maioria dos habitantes de Dianópolis tem suas origens ligadas àquele estado, especialmente à cidade de Barreiras.
Muita viola, sanfona e cantigas que, durante 40 dias, fazem das Folias do Duro uma das mais tradicionais festas da cidade. Entre l0 e l9 de março, é a vez de São José, padroeiro da cidade, na igreja matriz da cidade. Festa centenária também é a Romaria da Sucupira, que teve sua origem no século XIX, quando um vaqueiro encontrou incrustada no tronco de uma árvore uma imagem de Nossa Senhora do Rosário.
Fonte: IBGE