Rio de Janeiro - RJ
Os homens brancos demoraram muito a ocupar definitivamente o Vale do Paraíba. Durante quase trezentos anos (1500 a 1780) esta vasta região não lhes interessou, apesar de por aqui terem passado os bandeirantes rumo a Minas Gerais, onde havia muito ouro e diamantes. Por um lado, a densa floresta tropical e a Serra do Mar serviram como um sério obstáculo a esta penetração. Por outro, os índios do Vale, sabedores do destino dado aos outros índios do litoral, sempre reagiram às tentativas de ocupação.
No entanto, quando no final do século XVIII o Vale do Paraíba tornou-se uma região interessante para o plantio do café, tudo mudou de figura: nem serra, nem floresta, nem mesmo os índios foram poupados. Abriu-se contra estes uma guerra de vida ou morte.
Em nossa região, a ocupação se faz através de Resende quando, em 1744, Simão da Cunha Gago, vindo da região de Aiuruoca, descobre extensa clareira na Mata Atlântica, que se prolongava por 40 km, indo de Quatis a Itatiaia.
Funda-se então o antigo arraial de Nossa Senhora da Conceição do Campo Alegre da Paraíba Nova (primeiro nome de Resende). Os primeiros moradores dedicavam-se à criação de gado (vendendo para Minas e Rio), plantavam cana-de-açúcar, produziam anil.
Com a chegada das primeiras mudas de café na localidade de Fumaça, rapidamente o produto espalha-se por toda a região, tendo Resende como centro irradiador para o restante do Vale.
O café foi plantado pelos mineiros, que trouxeram escravos e capital conseguido na exploração do ouro. O dinheiro para o plantio era obtido por empréstimo familiar. Algumas famílias especializaram-se neste tipo de negócio.
A produção baseou-se na grande propriedade (latifúndio), na exportação e na mão-de-obra do escravo negro africano.
Durante esse tempo, Quatis pertencia a Resende; aliás, as terras de Resende atingiam também Barra Mansa, Volta Redonda, parte de Barra do Piraí e de Rio Claro. Em todo o Vale desenvolveu-se a cultura cafeeira.
O nome de Quatis surgiu da grande quantidade destes animais existentes em nossa região.
De bela topografia, boas aguadas e ao sopé da Mantiqueira era local preferido para caçadas e passeios. Os indefesos quatis foram vítimas dos predadores daquela época.
Hoje, dificilmente é visto um bando de quatis, já que é seu costume andar em grupo. Quando um ou outro é capturado torna-se objeto de grande curiosidade.
Gentílico:quatiense
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Quatis, pela lei provincial nº 549, de 30-08-1851 e por decretos estaduais nº 1, de 08-05-1892 e nº 1-A, de 03-06-1892, subordinado ao município de Barra Mansa.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o distrito de Quatis figura no município de Barra Mansa.
Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937.
No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o distrito de Quatis figura no município de Barra Mansa.
Em divisão territorial datada de 01-VII-1960, o distrito de Quatis permanece no município de Barra Mansa.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 17-1-1991.
Elevado à categoria de município com a denominação de Quatis, pela lei estadual nº.1787, de 09-01-1991, desmembrado de Barra Mansa. Sede no antigo distrito de Quatis. Constituído de 3 distritos: Quatis, Ribeirão de São Joaquim e Falcão, todos desmembrados de Barra Mansa. Instalado em 01-01-1993.
Em "Síntese" de 31-XII-1994, o município é constituído de 3 distritos: Quatis, Ribeirão e São Joaquim e Falcão.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.
Fonte: IBGE