Tocantins - TO
O Arraial de Chapada surgiu na terceira década do século XVIII, com a descoberta do ouro em suas terras. Garimpeiros, comerciantes, senhores, escravos africanos e outros vinham e desapareciam conforme surgiam e exauriam-se os veios de ouro. As minas eram disputadas pelas capitanias do Grão-Pará (Estado do Pará e Maranhão, da América Portuguesa), de Pernambuco e de São Paulo, até 1733, quando a Coroa de Porugal ordenou que as minas do alto Rio Tocantins fossem incorporadas à Capitania de São Paulo.
Com efeito, em 1740, Dom Luís de Mascarenhas, o governador daquela capitania, veio pessoalmente e, após tomar posse dos veios auríferos de Arraias, durante um ano andou nesta região, procurando deixar os arraiais em paz, inclusive o de Chapada, cuja povoação já havia sido iniciada em 1736 pelo garimpeiro Carlos Marinho, que, na mesma época, fundou o Arraial de São Félix (hoje sob as águas da represa da Usina de Canabrava em Goiás).
A coroa de Portugal, ainda no século XVIII, procurando resguardar sua arrecadação aqui na Capitania de Goiás, instalou postos de fiscalização e arrecadação dos tributos incidentes sobre animais em trânsito de uma capitania para outra. Da mesma maneira como os "registros" fiscalizavam o ouro, as "contagens" eram especializadas na tributação de gado e outros animais. Apesar da especialização, fiscalizavam e arrecadavam outros tributos de quem por ali passasse. A expressão "contagem" foi usada pela primeira vez em Minas Gerais, para designar o posto de fiscalização no Ribeirão das Abóboras, que deu origem à atual cidade de Contagem, naquele Estado. Entretanto, foi em Goiás onde existiram em maior quantidade. Seus servidores eram os "contageiros". Em 1798, a Rainha D. Maria I determinou a extinção desse cargo, que foi unificado com o cargo de "fiel de registro". Chapada teve seu posto de contagem denominado "Contagem de Chapada da Natividade", que foi mencionado em 1812, pelo Padre Luís Antônio da Silva e Sousa.
Foram os quilombolas, descendentes de escravos cujos antepassados fugiram da escravidão para formar os agrupamentos de refugiados e de resistência chamados quilombos, que, no final do século XVIII, deram impulso à povoação do lugar, construindo suas casas possivelmente nas proximidades do posto de contagem de Chapada da Natividade, e buscando seu sustento no cultivo de pequenas lavouras, o que atraiu outros moradores.
Duas dessas comunidades estão na Chapada da Natividade, a de São José e a de Chapada de Natividade. Com importante participação desses descendentes de quilombolas no movimento para emancipação de Chapada da Natividade, o município foi criado em 28 de setembro de 1995 e instalado em 1º de janeiro de 1996.
O nome do município existe pelo menos desde de 1780, com a instalação do posto de contagem de Chapada da Natividade e continuou sendo adotado pelos quilombolas que acreditavam na qualidade da terra plana para o plantio da lavoura.
Gentílico: chapadanse
Formação Administrativa
Município criado em 28 de setembro de 1995 e instalado em 1º de janeiro de 1996.
Fonte: IBGE