Mato Grosso — MT
As origens de Santo Antônio de Leverger se ligam às de Cuiabá. A tradição popular guardou a história da imagem de Santo Antônio.
Uma monção, no tempo da cheia, subia o rio Cuiabá em demanda das minas de ouro descobertas por Miguel Sutil. A expedição, a duras penas, vencia as águas barrentas do rio, pois fora vítima dos índios canoeiros da tribo Guató, tendo afundadas algumas embarcações e mortos alguns homens. As canoas sobradas da refrega penetraram, certo entardecer, por uma boca de água remansosa à beira do sangradouro para o pernoite. Os paulistas refeitos na manhã seguinte aprontavam-se novamente para a labuta da viagem, quando um dos batelões ficou preso, como se estivesse encalhado num banco de areia.
Mesmo a força do remo e da zinga não conseguiram arrastar o batelão. A superstição tomou conta dos rudes canoeiros. Por sugestão de um deles, desembarcaram a imagem de Santo Antônio, que transportavam. O resultado não se fez esperar, pois o batelão se soltou e os paulistas puderam seguir viagem.
Outra monção passou por aquele lugar e quis levar a imagem de Santo Antônio. O fenômeno de impedimento da viagem se repetiu. Os paulistas levantaram, então, uma primitiva capela, que não mais existe. Era sóbria e elegantemente original.
O douto Barão de Melgaço coligiu informação de que o padre jesuíta Estevão de Castro, da Missão de Sant′Ana da Chapada, companheiro do superior padre Agostinho Lourenço, ambos chegados a Mato Grosso com o primeiro governador da Capitania, ali aportou a 12 de outubro de 1753. O padre Estevão de Castro encontrou no lugar uma povoação, com uma capela sob a invocação de Santo Antônio, e seus moradores dedicando-se à pesca e lavoura de subsistência.
Além do orago, o nome da cidade também homenageia Augusto João Manoel Leverger - o Barão de Melgaço, francês de nascimento, e que dedicou grande parte de sua vida às causas de Mato Grosso, tendo sido presidente da Província por várias vezes. Augusto Leverger foi um bravo comandante e defensor do solo mato-grossense, por ocasião da Guerra do Paraguai.
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Santo Antônio do Rio Abaixo, pela lei provincial nº 11, de 26-08-1835.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Santo Antônio do Rio Abaixo, pela lei estadual nº 22, de -04-07-1890, desmembrado do município de Cuiabá. Sede no antigo distrito de Santo Antônio do Rio Abaixo. Constituído do distrito sede. Instalado em 13-06-1900.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, a vila é constituída do distrito sede.
Elevado à condição de cidade com a denominação de Santo Antônio do Rio Abaixo, pela lei estadual nº 1023, de 2-09-1929.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município aprece constituído de 3 distritos: Santo Antônio do Rio Abaixo, Melgaço e Santo Antônio da Barra.
Pela lei estadual nº 208, de 26-10-1938, o município de Santo Antônio do Rio Abaixo passou a denominar-se simplesmente Santo Antonio. A lei acima citada altera a denominação do distrito de Santo Antônio da Barra para Joselândia.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 3 distritos: Santo Antônio (ex-Santo Antônio do Rio Abaixo), Joselândia e Melgaço.
Pelo decreto-lei estadual nº 545, de 31-12-1943, o município de Santo Antônio passou a denominar-se Leverger o distrito de Melgaço a chamar-se Chacororé.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 3 distritos: Leverger (ex-Santo Antônio), Chacororé (ex-Melgaço) e Joselândia.
Pela lei estadual nº 132, de 30-09-1948, o município de Leverger tomou a denominação de Santo Antônio do Leverger.
Pela lei estadual nº 139, de 30-09-1948, o distrito de Chacororé tomou o nome de Barão de Melgaço.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 3 distritos: Santo Antônio do Leverger (ex-Leverger), Barão de Melgaço (ex-Chacororé) e Joselândia.
Pela lei nº 690, de 12-12-1953, desmembra do município de Santo Antônio de Leverger os distritos de Barão de Melgaço e Joselândia, para constituir o novo município de Barão de Melgaço.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1955, o município é constituído do distrito sede.
Pela lei estadual nº 1122, de 17-10-1958, é criado o distrito de Engenho Velho e anexado ao município de Santo Antônio do Leverger.
Pela lei estadual nº 1178, de 17-12-1958, é criado o distrito de Mimoso e anexado ao município de Santo Antônio do Leverger.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 3 distritos: Santo Antônio de Leverger, Engenho Velho e Mimoso.
Pela lei estadual nº 2096, 20-12-1963, é criado o distrito de Palmeiras e anexado ao município de Santo Antônio do Leverger.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído de 4 distritos: Santo Antônio de Leverger, Engenho Velho, Mimoso e Palmeiras.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-I-1979.
Pela lei estadual nº 4200, de 16-06-1980, e criado o distrito de Varginha e anexado ao município de Santo Antônio do Leverger.
Pela lei estadual nº 4383, de 16-11-1981, o distrito de Palmeiras tomou a denominação de Caité.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1983, o município é constituído de 5 distritos: Santo Antônio de Leverger, Caité (ex-Palmeiras), Engenho Velho, Mimoso e Varginha.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2009.
Alterações toponímicas municipais
Santo Antônio do Rio Abaixo para Santo Antônio, alterado pela lei estadual nº 208, de 26-10-1938, o município de Santo Antônio do Rio Abaixo passou a denominar-se simplesmente Santo Antonio.
Santo Antônio para Leverger, alterado pelo decreto-lei estadual nº 545, de 31-12-1943.
Fonte: IBGE