Barão, município emancipado em 12 de maio de 1988. Sua colonização deu-se por alemães, italianos, franceses e holandeses. Localiza-se a 110Km de Porto Alegre, com acesso pela RST 470. A área territorial é de 135Km2, e uma população de 5.800 habitantes aproximadamente. A agricultura familiar é base do setor primário, destacando-se as produções de leite, aves de corte, suínos, milho e silvicultura. No setor industrial destacam-se a indústria de malhas, produtos ortopédicos, móveis, calçados, agroindústrias, derivados de leite e produtos coloniais. Na área de lazer, destacam-se os campings, pesque e pague, paragliders, grutas e cascatas, fazendo parte do roteiro turístico O Caminho da Velhas Colônias.
Barão, bom lugar para viver
Emancipado de Salvador do Sul em 1988, Barão situa-se na Encosta Superior do Nordeste, a uma distância de 110 Km da capital do Estado via RST 470.
Inicialmente, possuía área geográfica de 184 Km2 e população de 10529 habitantes porém, com o desmembramento das áreas de Boa Vista, Carolina, Trípoli e Coblens e anexação aos municípios de Poço das Antas, Boa Vista do Sul e Carlos Barbosa, sua área abrange hoje 135,45 km2 e população de acordo com o censo de 2000, de 5.389 habitantes sendo 3.888 eleitores. Formado pelos distritos de Arroio Canoas, Francesa Alta, General Neto e Francesa Baixa, Barão limita-se ao norte com Carlos Barbosa, ao sul com Salvador do Sul, São Pedro da Serra e Tupandi, a leste com Bom Princípio e São Vendelino e a oeste com Boa Vista do Sul e Poço das Antas.
Face a sua localização geográfica, a uma altitude de 711 metros acima do nível do mar, latitude sul 29º37 69 e longitude oeste 51º 4955 possui clima especial, ameno, subtropical.
As temperaturas são variáveis e, no inverno, há muita nebulosidade, geadas abundantes e neve ocasionalmente. As chuvas, neste período, são frias e abundantes. No verão, a temperatura, em geral, é agradável e as chuvas não muito intensas. O seu relevo é montanhoso, muito acidentado, marcado com vales profundos e altos morros que lhe dão características peculiares com possibilidade de exploração turística. A paisagem é de serra com as terras, ainda, recobertas de vegetação nativa e exótica.
O aspecto hidrográfico se caracteriza por pequenos arroios com suas margens totalmente cobertas de vegetação.
A origem de sua denominação conta duas versões. A primeira, segundo pesquisas do Pe. Rubem Neis, provém do Barão de Holleben, Luiz Henrique Von Holleben que nasceu em Saxe Mainer, na Alemanha. Formou-se em Engenharia na Inglaterra e, vindo ao Brasil, casou-se com Maria da Luz dos Santos na cidade de Curitiba no Paraná. Em outubro de 1880, o Barão Von Holleben, como engenheiro, acompanhou o, também, engenheiro, Carvalho Borges a Conde DEu, hoje Garibaldi e a Bento Gonçalves a fim de dirigir as obras da Estrada de Ferro entre Montenegro e Bento Gonçalves, então, estabeleceram residência no ponto mais avançado da colonização alemã entre Salvador do Sul e Carlos Barbosa. Este local, na época, pouco habitado, posteriormente, foi denominado Barão pois, para designar o lugar onde morava para o qual alguém se dirigia, dizia: Vou lá no Barão. Diz-se que o Barão Von Holleben permaneceu no atual município de Barão por dois anos, transferindo-se, depois, par Porto Alegre onde, entre 1882 e 1894, trabalhou na Linha de Bondes Ferro Carril.
Porém, a outra versão, conforme conta o historiador Campos Neto em seu livro editado em 1924, intitulado Montenegro, a origem do nome Barão veio de Francisco Pedro de Abreu, Chico Pedro, o Barão de Jacuí. Afirma, ainda, neste livro: (página 450) Não consta que esse titular alemão ali residisse e, mais adiante: (página 451) O Barão do Jacuí deve ter dado o nome a este distrito.
Presume-se que seja a primeira a verdadeira pelo relato da história que se situa no contexto geográfico da região.
A história de Barão iniciou-se com a vinda de famílias imigrantes, alemães e italianos. Posteriormente, ainda no século XIX, em menor número, afluíram para o local, também, imigrantes franceses-suíços e holandeses e, mais recentemente, na metade do século XX, portugueses e bolivianos. As primeiras famílias de imigrantes alemães foram: Mayer, Bäckenbach, Neuhaus, Stein, Schmitz, Koch, Ebeling, Blei, Schäfer, Neukamp e Selbach, entre outros. As de imigrantes italianos: De Marchi, Biasetti. Dai Prá, Grando, Basso, Cerutti, Maragnon, Bedini, Cestari, Bassegio, Grespan e Costa, entre outros.
Esses imigrantes alemães e italianos deixaram profundas raízes, influenciando a cultura do povo de Barão com seus hábitos e costumes, sua culinária, suas crenças e fizeram, da agricultura, sua fonte de renda para manter-se e sobreviver na terra desconhecida. Sem dúvida, enfrentaram grandes problemas mas, lutando conseguiram vencer e legaram ao povo seus valores.
Em 1889, Valentim Diemer, que era Juiz de Paz, fundou o 1º Cartório de Barão.
No começo do século XX, Carlos Selbach e Luiz Calliari exerceram influência marcante na comunidade sendo este último, Mestre da Capela. Até 1916, as celebrações religiosas eram feitas na residência de João Schmitz, músico, regente de coral, doador do primeiro harmônio para a comunidade católica baronense.
As culturas, germânica e italiana, são as mais significativas devido à origem de seus habitantes sendo os seus hábitos e costumes muito ligados a ela mesmo com a evolução da sociedade. As tradicionais práticas de culinária, as músicas, o artesanato são conservados porém, não deixando de acompanhar o progresso. O grupo de danças folclóricas alemãs de Linha Francesa Alta, representando a origem da cultura germânica e o CTG, a cultura do nosso espaço sulriograndense, procuram interligar passado e presente. O coral municipal, também, procura preservar as origens étnicas do povo de Barão.
O lazer está condicionado a bailes, festas dos padroeiros e juninas, principalmente, jogos de futebol de campo, salão e areia, vôlei, handebol, de cartas, à programação da TV, do rádio e leituras de jornal, livros e revistas, entre outros de menor significado. Em todas as localidades existem salões comunitários onde se realizam os tradicionais bailes de Kerb e as festas, além dos acontecimentos sociais como casamentos e aniversários, entre outros.
Barão desenvolveu-se a partir da construção e ao lado dos trilhos da via férrea, que ligava Porto Alegre a Caxias do Sul, entre 1906 e 1911 sendo, em 1º de dezembro de 1909, inaugurada estação de Barão.
Para os trabalhos de construção e, posterior, conservação da ferrovia, abriu-se uma pedreira nas terras de João Baseggio e Vvª Itália Dai Prá fazendo a ligação à pedreira.
Na área mais central, perto da Estação, funcionava uma Cantina e, também, o Armazém de Secos e Molhados Hartmann com grande sortimento de produtos coloniais, utensílios domésticos, ferramentas, tecidos e gêneros alimentícios entre outros. As uvas produzidas na região eram transportadas em carroças puxadas por juntas de bois trazidas pelos próprios produtores em tonéis e cestas.
Com o decorrer dos anos, as condições da ferrovia foram se tornando precárias pelo relevo bastante acidentado que dificultava sua manutenção o que levou à sua desativação em 10 de junho de 1979.
Com o desaparecimento do trem de cargas e de passageiros, surgiu a necessidade de ampliação e de melhoria nos meios de transporte rodoviário. Apareceram, então, mais linhas de ônibus que até aí somente possuía um horário a Porto Alegre e um a Garibaldi, caminhões e carros particulares em substituição ao trem e, também, os carros de bois e cavalos, muito ousados antigamente, foram desaparecendo.
No início de sua formação, Barão pertencia ao município de São João de Montenegro o qual, em 1º de dezembro de 1914, transferiu a sede do 4º distrito de Badensberg para Barão elevando-o à categoria de Vila pelo Ato Municipal nº34.
Em 1963, Barão foi elevado a segundo distrito, foram surgindo idéias emancipacionistas e a primeira tentativa ocorreu em 1982 quando a
consulta popular deu vitória ao Não com uma diferença de 700 votos no plebiscito realizado. Cabe salientar que as Prefeituras envolvidas realizaram campanhas contrárias à emancipação.
Todavia, o movimento reiniciou em 1986 e obteve autorização para a realização do plebiscito em 1987.
Finalmente, em 24 de abril de 1988, realizou-se mais um plebiscito que deu vitória ao Sim com 2900 dos 3925 votos. Sua emancipação política administrativa ocorreu em 12 de maio de 1988 pelo Decreto Lei nº 8365.
No mesmo ano realizaram-se as eleições para a 1ª administração do município e o primeiro prefeito foi Valério José Calliari e Bernardino Scottá o primeiro vice-prefeito, 1989/1992 seguidos de Francisco Mário Simon, prefeito e José Inácio Heinzmann, vice-prefeito (1993/1996), Valério José Calliari prefeito e vice, João Paulo Debacker em 1997/2000. Na gestão de 2000/2004 prefeito João Paulo Debacker e vice, Pínio Schneider.
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A economia de Barão tem sua sustentação na agricultura de subsistência em pequenas propriedades, no cultivo e comercialização da acácia negra, na pecuária e na indústria, principalmente, na calçadista. Entre os cultivares agrícolas destacam-se: batata, milho, feijão, aipim e, ainda, os hortifrutigranjeiros e, entre esses, salienta-se a produção de figo, (símbolo do município) uva e pêssego, frutas que se adaptam ao clima, pepinos e hortaliças em geral. Na pecuária, destaca-se a produção de leite que é vendido para Cooperativas ou Indústrias de Laticínios da região. [...] É significativo o número de indústrias de pequeno e médio porte instaladas na sede e no interior dando oportunidade de emprego a grande número de pessoas. Destacam-se, entre elas, as de calçados, [...] malharias e de móveis, entre outras. A indústria calçadista, de maior importância no município, tem grande influência na sua economia pois, absorve a maioria dos trabalhadores jovens.
Barão, apesar de pequeno e estar apenas delineando seus projetos, está buscando sua auto-afirmação no desenvolvimento político-sócio-econômico e cultural de seu povo com prioridades para a educação, a saúde e a segurança visando ao bem estar de todos, pois: Barão é bom lugar para viver.
Fonte: IBGE