ASPECTOS HISTÓRICOS
Os dirigentes da Sociedade União Popular (VOLKSVEREIN), com sede em Porto Alegre, durante a realização do Congresso Católico em fevereiro de 1926, em Novo Hamburgo, deliberaram fundar um núcleo que seria colonizado exclusivamente por católicos.
Com a finalidade de fazer os estudos preliminares para conseguir a gleba necessária à implantação do núcleo, foi organizada uma comissão, sob a chefia do Reverendo Padre João Batista Rick. Na impossibilidade de conseguir terras suficientes no Estado, vieram a se instalar em Santa Catarina entre os rios Macuco e Peperi-Guaçu, às margens do rio Uruguai, através de entendimentos realizados com a Colonizadora Chapecó-Peperi Ltda.
Dada a carência de estradas, os desbravadores rio-grandenses, chefiados pelo missionário católico Padre Max von Lassberg, desceram o rio da Várzea em embarcações rústicas e, em seguida, navegaram pelo rio Uruguai, percorrendo uma distância de mais ou menos 150 km, até aportarem no local onde surgiram a Colônia de Porto Novo (mais tarde de Itapiranga), em 10 de abril de 1926.
No dia seguinte, domingo, foi celebrado o primeiro ofício religioso pelo Padre Max von Lassberg já em terras da futura Itapiranga e, como recordação do fato, foi erigido um monumento, no qual estão gravados os nomes dos pioneiros: Carlos B. Winter, Leopoldo Werle, Pedro Tenrolier, Nicolau Knob, Pedro Agnes Filho, Oscar Angst, Bruno Nitsche, João Sausen, Vendelino Seivzmann, Carlos Kliemann Filho, Jacob Becker, José Kinkler, Franz Junges, Manoel Klauck, Nicolau Both Filho, João Krein, Mathias Sausen, Franz Heck, Gustavo Stangler, José A. Franzen, Pedro R. Franzen, Carlos
F. Angst, Felipe Scherf, Frederico A. Knamp, João Tencatem, Antônio F. Kieling, João C. Genewai, Mathias Agnes e Otto Zimmer. A denominação Porto Novo foi dada em virtude de já existir outra colonização chamada Porto Feliz distante sessenta quilômetros e devido às comunicações se processarem por via fluvial.
Em meados de 1929, Porto Novo recebeu a visita do governador do Estado de Santa Catarina, Dr. Adolfo Konder. Foi aventada pela primeira vez a hipótese de ser Porto Novo elevado à categoria de distrito, discutindo-se, também, qual a designação que receberia. Por sugestão do próprio governador foi adotado o nome da linha (conjunto de lotes coloniais) mais próxima à povoação de Porto Novo, chamada "Linha Itapiranga".
Nessa ocasião, foi mudado o nome da povoação para Itapiranga (ita = pedra + piranga = vermelha),
Formação Administrativa O Distrito de Itapiranga foi criado pelo Decreto Estadual n.º 213, de 25 de fevereiro de 1932, ocorrendo a instalação a 20 de março do mesmo ano. Pela Divisão Administrativa de 1933, o distrito de Itapiranga figurou no município de Chapecó.
De acordo com o Decreto-Lei Federal n.º 5.839 de 21 de setembro de 1943, o Território Federal de Iguaçu foi dividido em 4 municípios, um dos quais denominado Chapecó, compreendendo parte do município de igual nome, que pertencia ao Estado de Santa Catarina (publicado no Diário Oficial, de 29 de setembro de 1943).
O Território Federal de Iguaçu foi extinto pelo Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, promulgado em 18 de setembro de 1946 (Art. 8.º).
O Decreto-Lei n.º 287, de 4 de novembro de 1946, do Estado de Santa Catarina, restabeleceu o município de Chapecó, continuando, assim, Itapiranga a figurar como seu distrito. Assim permaneceu até a vigência do qüinqüênio 1949-1953.
Pela Lei n.º 133, de 30 de dezembro de 1953, a Assembléia Legislativa do Estado fixou o quadro territorial para vigorar no período 1953-1958 e criou outros municípios, entre eles o de Itapiranga, desmembrado do de Chapecó.
Na Divisão Territorial, datada de 1.º de julho de 1960, o Município de Itapiranga figurou com os distritos de Itapiranga (sede) e São João. Sob o ponto de vista judiciário, continuou subordinado à comarca de Mondaí.
Em 1961, de acordo com a Lei n.º 2, de 11 de fevereiro, criou-se o distrito de Tunas, instalado em 23 de junho do ano seguinte.
Atualmente, o Município é constituído somente pelo distrito sede, ja que os distritos de São João e Tunas foram emancipados.
Fonte: IBGE