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Em 1930, o Brasil era, ainda, pouco povoado. Possuía muitas matas e, em certos lugares, havia ainda matas virgens.
O governo brasileiro estava muito interessado em colonizar as terras do Brasil. Por este motivo fez propostas muito boas aos alemães que, por motivo do comunismo implantado na Rússia, estes não mais queriam continuar lá residindo, procurando assim novas terras para morar.
A companhia Sul Brasil, por intermédio do governo, fez as seguintes propostas aos interresados: cederia aos imigrantes ranchos de moradia já prontos para quando estes aqui chegassem; todos receberiam sua colônias de terras e iam pagando a longo prazo de três anos e, sem acréscimo de juro.
Os alemães -russos acharam interessante as propostas e para cá se dirigiram com suas famílias e todos os seus pequenos pertences.
Assim, em 1930, chegou o primeiro navio trazendo uma leva de 80 famílias. Destas famílias 30 a 40 acamparam-se na Linha Iracema (recebe este nome devido ao rio Iracema que ali corre), onde estavam construídas pequenas choupanas, todas feitas de taquara. As famílias que ali se fixaram eram todas da religião Evangélica. As demais famílias dirigiram-se ao município de São Carlos. Estas eram Católicas.
Todos os meses chegavam mais levas de famílias que também se acampavam nas pequenas choupanas de taquara. Até o final tinham chegado 182 famílias onde permaneciam até ter escolhido a sua colônia de terra e, após ter construído sua rústica casa mudavam-se definitivamente para lá, cuidando e colhendo dos frutos que as terras do Brasil começavam a produzir.
Mas, a vida que os esperava não era nada fácil. Estavam em plena mata, sem entradas que pudesse conduzi-los aos seus paradeiros arredores. Não possuíam animais de espécie alguma que pudessem auxiliar na lida braçal, tal como: lavrar as terras para o plantio, arrastar as toras das árvores que dariam as tábuas para suas casas.
Como não haviam serraria de espécie alguma na redondeza, as toras eram serradas com serrote manual que os colonizadores instalavam de uma maneira bastante primitiva, de maneira que ficasse em posição vertical. De cada lado um homem instalava-se da melhor maneira possível e com sua força brutal serravam toda a madeira para suas futuras casas e de seus familiares.
As ferramentas eram escassas, as mais usadas eram: enxada, foice, machado, picareta e outras (todas manuais). A maioria dos imigrantes trouxe consigo as devidas ferramentas. Os que não possuíam ferramentas, a companhia Sul Brasil cedia. As árvores, destinadas a serem serradas, eram amarradas fortemente em cordas ou cipós e puxadas por nove ou dez homens até o local onde seriam serradas. Os senhores Friedrich Hass e Julius Strassburg serraram à mão madeira para quatorze casas para moradia, um moinho e uma cooperativa.
Em 1932, chegava ao Brasil outro grupo de famílias russas, as quais haviam se refugiado por um ano na China, devido ao Comunismo ter sido implantado na sua Pátria. Estes para lá se deslocaram e, após ter passado um ano de sacrifício, miséria, fome e frio, rolando de um lugar para o outro, sem terem paradeiro certo, vieram ao Brasil juntar-se aos primeiros desbravadores que já estavam instalados em Linha Iracema.
A vida era difícil, exigia muito dos desbravadores, estavam quase sem recursos e ao seu redor só avistaram mato. Nem todos suportaram a tantas dificuldades; assim logo se deslocaram para outros lugares, já então, em melhores condições, tais como: Ijui, Panambi, Monte Negro, Porto Alegre, etc.
Gentílico: riquezense
Formação Administrativa:
Distrito criado com a denominação de Riqueza ex-povoado, pela lei municipal nº 3, de 09-05-1956, subordinado ao município de Mondaí.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o distrito de Riqueza figura no município de Mondaí.
Elevado à categoria de município com a denominação de Riqueza, pela lei estadual nº 8479, de 12-12-1991, desmembrado de Mondaí. Sede no antigo distrito de Riqueza. Constituído de distrito sede. Instalado em 01-01-1993.
Em divisão territorial datado de 1-VI-1995, o município é constituido de distrito sede.
Assim permanecendo em divisão terriorial datada de 14-V-2001.
Fonte: IBGE