Origem do Nome
Até parece, mas o Padre José de Anchieta não passou por aqui, o nome do município se deve ao trabalho dos padres Pedro Rubin e Afonso Correia, que na época atendiam a região e passaram pelo território anchietense celebrando. Como o trabalho era semelhante ao do Padre José de Anchieta, assim passou a ser denominado o município que foi emancipado em 20 de março de 1963. Antes de ser município, o território anchietense pertenceu a Chapecó, São Miguel do Oeste e Guaraciaba.
Origem populacional
Pelos objetos fósseis encontrados no território de Anchieta, fica evidente que grupos indígenas foram os primeiros povos que viveram aqui de forma seminômade ou usando a natureza anchietense como parte dos caminhos intertribais da época.
Por volta da metade do século XX já se instalaram nas matas nativas donde é hoje o território de Anchieta, muitas famílias de caboclos vindas das regiões próximas do Paraná e do Rio Grande do Sul, por volta das décadas de 1930 e 1940 muitas famílias viviam aqui.
Com a chegada da Colonizadora Pinho & Terras LTDA, através do seu representante regional Olímpio Dal Magro. As terras do município foram divididas em colônias que eram vendidas às famílias de agricultores vindos, na sua maioria do Rio Grande do Sul. As famílias de caboclos que aqui viviam há mais de 20 anos, se não tivessem dinheiro para comprar suas próprias terras eram despejados pela justiça.
A partir de 1950, começaram a chegar no território de Anchieta imigrantes italianos vindos dos municípios vizinhos, Guaraciaba, São Miguel do Oeste, Joaçaba e de regiões do Rio Grande do Sul, de onde veio a maior parte da população de Anchieta. Em busca de terras para produzir e de novas riquezas naturais, como madeira, na época.
A ocupação populacional chegou ao auge nos meados de 1980, quando contávamos com uma população de cerca de 11.000 habitantes. Sendo 75% desta população residente no campo.
A partir de então, toda uma conjuntura desfavorável à agricultura e produção camponesa, se dá início a uma das maiores evasões ou êxodo rural, em todos os municípios da região, famílias mais jovens, filhos de habitantes do município, partem para outras regiões do país e até para o perímetro urbano do município para trabalharem nas empresas que aqui começaram a instalar-se.
É importante destacar a produção de sementes de milho crioulas que são produzidas pelos agricultores em nosso município e que são a expressão do acúmulo cultural dos sistemas de cultivo, uso e seleção pensada pelos camponeses e suas comunidades em todo o mundo. Estas sementes foram desenvolvidas ao longo do tempo passando de geração para geração, sendo produzidas, multiplicadas, selecionadas e conservadas pelas famílias camponesas.
A produção de sementes crioulas tem a importância de proporcionar bem estar social com boas condições de saúde; baixos custos de produção em relação ao modelo tecnológico colocado pela lógica capitalista de produção; fugir da exploração das multinacionais do agronegócio; afirmação da cultura camponesa; aumento da auto estima dos camponeses em produzir e consumir alimentos de alta qualidade.
Anchieta se destaca a nível nacional e internacional com a realização da Festa Das Sementes Crioulas, realizada a cada dois anos, contando com a participação de pesquisadores, estudantes, agricultores, adeptos a agroecologia de todos os estados brasileiros e de vários países.
Fonte: IBGE