A denominação do município de Ibiporã tem sua origem na língua tupi e significa "Terra Bonita" - IBI = terra e PORÃ = bonita. Na língua guarani, o mesmo nome significa "habitante da terra". Este nome foi tirado do ribeirão de mesmo nome, que passa nas proximidades da sede, com nascente em Londrina, e que deságua no Ribeirão Jacutinga, um dos afluentes do Rio Tibagi, no vale do qual está localizada a cidade de Ibiporã.
Os primeiros habitantes do atual município de Ibiporã apontaram ali em 1934. Até então, a localidade era inteiramente desabitada, existindo apenas alguns vestígios de índios nômades e esparsas roças de caboclos. Nada mais indicava a passagem do homem pela região.
Apesar disso, convém ressaltar que a zona abrangida pelo próprio município de Ibiporã, às margens do Rio Tibagi, no norte do Paraná, foi visitada e conhecida por povoadores e colonizadores brancos, pelos menos a partir da segunda metade do século XIX. Essa colonização teve origem na abertura de uma picada que o Barão de Antonina mandou abrir, a fim de facilitar os transportes para o Mato Grosso através dos Rios Tibagi, Paranapanema, Ivinhema e Brilhante. A picada foi aberta pelos fundos do Campo da Lagoa, indo ter à margem direita do Tibagi, no lugar denominado Jataí. Por influência de João da Silva Machado, Barão de Antonina, foi fundada em 1851, nessa região, a Colônia Militar de Jataí, cuja direção ficou a cargo do grande sertanista Joaquim Francisco Lopes.
Outras colônias foram fundadas na região, a partir dessa data. Assim a área compreendida pelo atual município de Ibiporã, forçosamente teria sido visitada pelos primeiros colonizadores do Jataí. Contudo, somente a partir de 1934, chegaram ali os primeiros moradores em caráter definitivo. Dada a exuberância das terras roxas e das riquezas naturais a localidade não tardou a se desenvolver e progredir vertiginosamente. Já em 1935, o pequeno povoado contava com o total de treze casas de madeira. Dentre os primeiros habitantes de Ibiporã, destaca-se o Sr. Joaquim Figueira Junior, que muito contribuiu para a construção do primitivo e único caminho que ligava o povoado ao Jataí, caminho esse que a Companhia das Terras do Norte do Paraná transformou na rodovia Jataí - Londrina, a fim de haver maiores e mais eficientes meios de comunicação entre Londrina e os demais núcleos populacionais do norte do Paraná.
Em 1935 o estado concedia uma faixa de terras ao Engenheiro Francisco Gutierrez Beltrão, que ficava entre o Rio Tibagi e a área pertencente à Companhia de Terras Norte do Paraná. Essa porção de terras era conhecida como terreno do Jacutinga. O Engenheiro Francisco Gutierrez Beltrão comprometera-se em transformar esta área de terras em pequenas propriedades agrícolas, assim foi feito o retalhamento em pequenos lotes e vendidos para os colonos que se deslocavam das zonas cafeeiras do estado de São Paulo. A fim de facilitar a vida destes pequenos proprietários, foi preciso estruturar um núcleo urbano. Este serviria de local de abastecimento e ao mesmo tempo escoadouro para os produtos agrícolas. A fim de providenciar a venda dos lotes rurais e estruturar o núcleo urbano veio o Engenheiro Alexandre Gutierrez Beltrão, irmão do Engenheiro Francisco Gutierrez Beltrão. Cooperando na obra de desbravamento e colonização do norte do Paraná, a Companhia Ferroviário São Paulo - Paraná, estendeu suas linhas da cidade de Cambará às localidades recém fundadas. Em vista desta iniciativa, as "pontas de trilhos" atingiram o povoado de Ibiporã no ano de sua fundação, isto é, em 1934, mas somente em 1936 se deu a inauguração da estação ferroviária, retardada pela necessidade de ser primeiramente inaugurada a de Londrina, patrimônio que crescia vertiginosamente.
A partir de 1936 o desenvolvimento de Ibiporã foi rápido e constante. Em todas as fases da vida social, econômica e administrativa da povoação, o Dr. Francisco Gutierrez Beltrão colaborou eficientemente. Junto com o trem chegou a população que iria formar Ibiporã. Passaram a ser construídas as primeiras casas nas intermediações da estação ferroviária, conforme o projeto traçado pelo Engenheiro Alexandre Gutierrez Beltrão. Assim a cidade cresceu e se desenvolveu obediente ao projeto da Sociedade Técnica Colonizadora Engenheiro Beltrão Ltda. É importante mencionar que os irmãos Beltrão foram responsáveis por todo o planejamento e execução definitiva da cidade de Ibiporã. Ibiporã passou então a receber imigrantes de origem italiana, árabes, russa, japonesa, espanhola, portuguesa e búlgara, além de migrantes, provenientes em sua maioria dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo.
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Ibiporã pelo Decreto-lei Estadual n.º 7.573, de 20-10-1938, subordinado ao município de Sertanópolis.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939 a 1943, o distrito figura no município de Sertanópolis.
Elevado à categoria de município com a denominação de Ibiporã pela Lei Estadual n.º 2, de 10-10-1947, sendo desmembrado de Sertanópolis. Sede no antigo distrito de Ibiporã. Constituído do distrito sede. Instalado em 08-11-1947.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2014.
Fonte: IBGE
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