Quando os primeiros imigrantes de origem italiana chegaram na localidade, em 1860, avistaram uma área de topografia semelhante à de onde vieram e estabeleceram-se ali, e dando-lhe o nome de Nova Milano. Mas, com o passar do tempo e pelo fato de trazerem consigo a esperança de um futuro promissor, denominaram a localidade Nova Esperança. Isso ocorreu em 1905. Os imigrantes, ao chegarem, foram abrindo clareiras, plantando e construindo suas casas e, posteriormente, igrejas, escolas e estabelecimentos fabris e comerciais.
Os imigrantes, ao cultivarem suas terras, depararam-se com urnas, pratos, castiçais e outros utensílios de utilização de indígenas, o que nos dá indícios desses habitantes no passado.
As primeiras famílias que aqui se estabeleceram vieram de Silveira Martins, sendo que muitas diretamente da Itália. Entre as primeiras podemos citar: Gioda, Nicola, Angonese, Guerin, Frizzo, Santini, Cogo, Manzoni, Deponti, Sudati, Vielmo, Dri, Scalon, Brum, Guasso, Flório, Lovato, Poza, Tusi, Poleto, Salbego, Marchi, Gindri, Fontana, Possa, Disconzi, Lavarda, Ferrari, entre muitas outras. Estabeleceram-se com o comércio, ferraria e, principalmente, com a agricultura de subsistência, bem como com carros e carretas para frete. As mercadorias, muitas vezes exportadas, eram trocadas por produtos de primeira necessidade na colonização.
A primeira Igreja de madeira foi construída onde está localizada a atual praça de Nova Esperança do Sul. Sem medir esforços, a comunidade doou uma área para que nela fosse construída a Igreja Matriz, em alvenaria. A sua construção data do início do ano de 1918, tendo a sua conclusão em 1928. Ao completar 60 anos, em 1988, houve uma festividade por ocasião da festa do padroeiro, São José, em 19 de março, daí, então, o nome da Igreja.
Em 1900 não havia escola no distrito, então a Igreja de madeira existente serviu de sala de aula, onde o cidadão Pedro Poncho, pago pelos alunos, foi o primeiro professor. No dia 1º de agosto de 1933 foi dado um grande passo para o desenvolvimento cultural de Nova Esperança do Sul, pois através do Decreto nº 5380 foi fundado o Grupo Escolar Rural. Para que tal empreendimento se realizasse muito colaborou o Sr. José Benincá, na época Prefeito Municipal de Jaguari e, para homenageá-lo, foi escolhido como patrono da escola. Logo após a sua criação a escola funcionou na casa do Sr. Gentil de Oliveira Prestes, que era o escrivão distrital, até que, no dia 26 de dezembro de 1934, um grupo de senhores: Francisco Gioda, Francisco Vielmo, João Gioda, Antonio Gioda, Lino Emilio Rosa, Redênzio Frizzo, Pascoal Nicola, Luiz Vitório Tuzi, Marcos Aurélio Décimo, Giácomo Manzoni, José Antonio Disconzi, Valentim Vielmo, José Carlos Manzoni e Carlos Gindri doaram um terreno à Prefeitura Municipal, e então, construíram um prédio em sistema de mutirão, concluído em 1937, sendo que os Senhores Francisco Gioda, Francisco Vielmo, Antonio Gioda, João Gioda e a Prefeitura Municipal participaram com a quantia de 2.000$000 (Dois contos de réis) cada um e os demais com a quantia de 500$000 (quinhentos mil réis) cada um. Os primeiros mestres que nortearam o destino da escola foram: Deodoro Augusto Nunes Diretor, Adelaide Tocheto, Anita Tocheto e Nadir Targa, e trabalharam com 96 alunos já no ano de sua fundação. Da sua fundação até os dias de hoje, já trabalharam 70 professores. Em 1968, com a necessidade de continuidade no ensino, a comunidade conseguiu implantar a Ginásio pela Campanha Nacional de Escolas da Comunidade sendo, primeiramente, uma extensão de Jaguari da Escola Cenecista. A 16 de setembro de 1969, Nova Esperança conseguiu implantar o primeiro grau completo e, no dia 08 de março de 1984, pela Portaria de Autorização nº 8751 foi criada a Escola Cenecista de II Grau.
As primeiras casas comerciais na localidade foram as dos senhores Bortolo Santini, José Marki, Batista Gindri, Francisco Lavarda, Bortolo Scalcon, Francisco Gioda e Francisco Vielmo, todas estabelecidas com o comércio de produtos de primeira necessidade ao imigrantes.
Como primeiro artesão, destacou-se o Sr. Narciso Ribas, que deixou muitas inscrições em pedras, calçamento de cerros, ornamentação de túmulos e casas, tendo desenvolvido, também, a arquitetura. Deixou muitos seguidores de suas obras.
No ano de 1900 parte de Nova Esperança do Sul integrava o 4º distrito do município de São Francisco de Assis. As terras que hoje separam os municípios de Jaguari, Santiago e São Francisco de Assis foram doadas à Mitra Diocesana de Santa Maria, que mandou construir uma paróquia no local. À mesma época foi criada a Sociedade Comercial e Industrial São José que, entre outras atividades afins, intermediava e vendia glebas de terra às famílias de imigrantes que já residiam no local.
Em 1920, com a emancipação da cidade de Jaguari, que desmembrou-se do hoje município de São Vicente do Sul, antiga cidade de General Vargas, anexando partes dos município de Santiago e São Francisco de Assis, Nova Esperança passou a integrar o novo município de Jaguari como o seu 2º distrito e a sede do povoado foi elevada a categoria de vila, no mesmo ano. A cidade de Jaguari escolheu como prefeito o Sr. Silvio Marchiori que indicou para ser o subprefeito (intendente distrital) do distrito o Sr. Marcos Munareto, natural de Veneza, na Itália, nascido a 13 de dezembro de 1879 vindo aqui se estabelecer no ano de 1892. Era filho de Caetano Munareto e de Catharina Dalla Valle e casado com Catarina Dalenogare Munareto com quem teve doze filhos: Ângela, Caetano, José, Antonio, Catarina Agda, Marieta, Elízia, João, Ângelo, Idalina, Maximino e Honorina. Ocupou o cargo até o ano de 1929, época do seu falecimento.
A comissão de emancipação foi formada em março de 1986 que, depois da montagem do processo emancipatório, conseguiu marcar o plebiscito para o dia 20 de setembro de 1987 que, por ordem judicial, foi impugnado. Foi marcada uma nova data, 13 de dezembro do mesmo ano e, devido a greve dos juízes naquela semana do plebiscito, foi, então, marcado para o dia 20 de dezembro de 1987 e, assim, finalmente realizado. O SIM venceu com 1550 votos, ou seja, 95% do total de votos. A população queria a emancipação pois compareceram 1631 eleitores do total de 2085 inscritos, o que significou 78,2% dos eleitores na consulta popular. No dia 13 de abril de 1988, pela Lei estadual nº 8.559, foi criado o Município de Nova Esperança do Sul.
Fonte: IBGE
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