Quaraí
Rio Grande do Sul - RS
Em 1814, D. Diego de Souza, 1º Governador da Capitania Geral do Rio Grande, e Luis Teles da Silva, depois Marquês de Alegrete, iniciaram as doações de sesmarias no atual Município de Quaraí. É este o tempo das lutas contra José Gervásio Artigas, o idealizador da independência da Banda Oriental, atual República Oriental do Uruguai. Em nove anos de doações de sesmarias, 42 estancieiros foram os primeiros proprietários dos 3.238 km², que formam a área do nosso município. Entre estes pioneiros encontrava-se o paulista de Sorocaba, comprador de mulas, João Batista de Castilhos, que além da sesmaria recebida comprou outra, que fora concedida a José Joaquim de Melo, e parte deste campo é hoje a cidade de Quaraí.
A estância de João Batista prosperava, era o tempo das guerras de Independência no Prata, iniciadas em 1810, quando os "Saladeiros" desta região entram em decadência, sendo o gado contrabandeado para as "charqueadas" riograndenses. Os proprietários de terra formavam a elite política do Rio Grande do Sul e serão os líderes da Revolução Farroupilha. Quaraí é o berço do último combatente farroupilha e aqui iniciou o derradeiro combate, que estendeu-se até o local denominado Quaró no departamento de Artigas, em dezembro de 1844.
Em 1816, o comandante José de Abreu acampa junto à margem direita do Rio Quaraí e com seus 200 homens impede que as tropas do general Artigas aqui se estabeleçam. E assim tem origem o povoamento urbano. Em 1858 comandava esta Guarnição o Tenente Coronel Simeão Francisco Pereira, quando aqui chegou o engenheiro e matemático, José da Victória Soares Andréa, que integrava a comissão de demarcação dos limites entre Brasil e o Estado Oriental do Uruguai, e traça a planta para a futura freguesia.
A lei providencial nº 442, de 15 de dezembro de 1859, criava no 2º Distrito de Alegrete, a Freguesia de São João Batista de Quaraí. O 1º Vigário foi o Padre Augusto Martins da Cruz Jobim, apresentado por Carta Imperial de 17 de janeiro de 1858 e, confirmado canonicamente em 25 de março de 1863.
Na época o Passo do Batista, local conhecido por esta denominação a atual cidade de Quaraí, tinha um oratório com a imagem de São João Batista no local onde hoje é a Igreja Matriz. A referida imagem veio da Bahia e era pintada a ouro. Foi encomendada por João Batista de Castilhos. Ao lado deste oratório ficava a casa, com teto de capim, que pertencia ao Capitão Bernardo José Maurício de Souza, na qual o padre de Alegrete celebrava missas e batizados, quando vinha visitar a povoação.
Gentílico:
Formação Administrativa
A freguesia de São João Batista do Quaraí é elevada à condição de vila, por Lei nº 972 de 8 de abril de 1875. Esta data assinala a emancipação do 4º Distrito de Alegrete, assim designado desde o ano de 1871. A instalação do poder legislativo registrada em 16 de outubro de 1875 é que realmente transforma Quaraí em vila.
O Ato nº 150 de 26 de março do ano de 1890, transforma a vila de São João Batista do Quaraí em cidade.
Fonte: IBGE
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